“Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.” – Eclesiastes 7:20
Muita coisa tem mudado dentro das escolas. Infelizmente nem todas para melhor. Esses dias voltei a escola que
estudei durante toda a minha infância e parte da adolescência, e fui surpreendido com a notícia que o pastelzinho de
queijo que era vendido no barzinho fora proibido. “Como assim, proibido?” No mesmo instante várias coisas
passaram em minha mente enquanto conversava com a supervisora.
Pensei na possibilidade da tia que vendia estar desviando o dinheiro pra ela – acho que por ouvirmos falar tanto em corrupção, essa tem sido sempre a nossa primeira suspeita. Pensei também na possibilidade de um dia o queijo ter vindo estragado e vários alunos terem passado mal. Pensei até na possibilidade dos novos alunos não se importarem mais com o pastelzinho e preferirem os salgadinhos, bolachas e chocolates. Mas não era nenhuma dessas coisas. A supervisora me disse que agora eles têm uma nutricionista que acompanha todas as refeições, inclusive o lanche do barzinho. Bom, sou obrigado a dizer que essa é uma das coisas que melhorou, mas falo com dor no coração pela perda do pastelzinho de queijo!
E já que falamos em corrupção, lembro-me também dos furtos que raramente acontecia dentro da sala de aula. Não que isso tenha acabado. Acho que a atitude que os professores tomavam naquela época é que acabou. Se os atuais agirem da mesma forma, certamente serão processados. Lembro-me que quando o professor era avisado pela vítima, ele ia até a porta da sala, fechava-a e dizia: enquanto o que sumiu não aparecer, ninguém sai daqui! E se começasse a demorar muito para aparecer, como o professor era o único que tinha compromisso após a aula, ele mesmo decidia olhar mochila por mochila, até encontrar o culpado.
Às vezes, estamos sofrendo com sentimentos de raiva, ódio e vingança contra alguém porque não conseguimos perdoar. Fico pensando se fôssemos colocados em uma sala de aula com aquele que nos furtou a alegria. Somente nós dois! E se na porta estivesse não um professor, mas nosso Mestre Jesus. E se Ele então nos dissesse como dizia nosso professor: “Vocês só vão sair quando o culpado aparecer”. E como talvez podemos já estar vivendo há anos sem conseguirmos perdoar um ao outro e sem assumirmos a nossa parcela da culpa, Jesus então nos pedisse para que abríssemos nossas mochilas e despejássemos tudo o que estivéssemos trazendo lá dentro. Somente uma pessoa sairia inocente daquela sala. Sim, pois sempre só existiu um inocente. E este, assumiu todas as nossas culpas, para que conseguíssemos, como resposta de gratidão a Ele, perdoarmos aqueles que nos fizeram mal. Pois no final das contas, todos nós temos nossa parcela de culpa.
Oração
Peça a Deus que te ajude a abrir a sua mochila e a perceber os seus erros. Se quisermos nos libertar de
sentimentos que nos impedem de sermos felizes, precisamos liberar perdão àqueles que nos magoaram. Porém,
para que isso seja possível, precisamos olhar para os nossos erros.