Sirene | Novos e velhos, poucos mas sinceros

“Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.”
(Lucas 10:36-37)

Um dia perguntei a um adolescente o que ele mais gostava em sua escola. Sem pensar duas vezes, ele me respondeu: “Da sirene”. A princípio não entendi, mas ele logo reforçou: “Sim, do som da sirene que escuto as 11h40 encerrando a aula”. É claro que de longe isso não é a melhor coisa de uma escola, mas não vamos dizer também que seja ruim! Lembro-me da minha época de estudante. Lembro quando aproximava o fim da última aula e a fome começava a apertar. Íamos arrumando o material e deixando tudo preparado para na hora que a sirene tocasse estarmos o mais rápido possível fora da sala! Aquele som, por mais irritante que fosse não deixava de ser desejado por todos nós! E pelo que percebi na resposta desse adolescente, as coisas não mudaram! Afinal de contas, o horário do almoço não mudou! Talvez você esteja pensando: “é só o som de uma sirene”. Mas não é só isso! Quando ele soa, não nos despedimos apenas de um prédio, de salas ou de um espaço. Despedimos-nos uns dos outros. E só nos veremos novamente no dia seguinte, na próxima vez em que a sirene tocar – se é que ela vai tocar pra todos nós. Não é um intervalo tão grande assim, é verdade. Em menos de vinte horas estaremos juntos novamente. Mas se pensarmos que esse intervalo se repete dia após dia, semana após semana, por três, quatro, cinco, dez anos, talvez ele não seja tão insignificante assim. Nunca paramos para saber o que acontece durante uma sirene e outra com a maioria daqueles que estudam conosco. Nunca paramos para saber se o som da sirene para alguns deles é tão desejado quanto é para nós. Não sabemos se chegando em casa terão o que comer, se encontrarão uma cama pra deitar, se terão paz para descansar e alguém para conversar. Apenas aguardamos o outro dia! Apesar de nos encontrarmos sempre e por um bom tempo, são amizades superficiais, que começam e terminam todos os dias, com o som de uma sirene. Mas não precisa acabar aqui! Podemos conhecer mais, nos entregarmos mais, nos dispormos mais, ajudarmos mais e sorrirmos e chorarmos mais com o outro. Podemos transformar amizades superficiais em amizades profundas e reais se começarmos a nos preocuparmos com o que acontece após a sirene com cada um daqueles que estão próximos de nós. Podemos fazer que conhecidos e colegas se transformem em amigos e irmãos! Podemos ser próximos!

Oração

Peça a Deus que traga em seu coração o nome de alguns colegas que apesar de muito tempo conviverem com você, estão distantes da sua vida. Peça a Deus que se for da Sua vontade que permita que nos próximos dias vocês se aproximem e que você seja usado por Ele como benção em suas vidas.