“Então vocês se lembrarão dos seus caminhos maus e das suas ações ímpias, e terão nojo de si mesmos por causa das suas iniquidades e das suas práticas repugnantes.”
Você já sentiu nojo do seu pecado? Uma repulsa contra a miséria do seu coração? Nestes dias em que “autoestima”, “autoimagem” e “amor próprio” estão no IBOPE, não fica bem falar de “nojo de si mesmo”.
Mesmo assim, uma das consequências de participação da Nova Aliança em Cristo encontra-se em Ezequiel 36.31. Mesmo a Nova Aliança sendo direcionada principalmente ao povo de Israel, aplica-se por extensão à Igreja, que também participa dos benefícios dela. A obra de Cristo nos deu um novo coração, não de pedra mas de carne, com o Espírito habitando em nós (Ez 36.26,27). Assim, temos uma nova sensibilidade e um novo ódio ao pecado:
Creio que esse “santo enjoo” caracteriza aqueles que vivem na esfera do coração, cientes da sua condição como criaturas caídas, mas também cientes da graça imensurável de Cristo Jesus, que pagou o preço desse pecado (Romanos 4.24,25; 2 Coríntios 5.21, 1 Pedro 2.24). Essa tensão entre a ciência da nossa condição como pecadores e a gratidão pelo sacrifício de Cristo Jesus resume a vida cristã!
Talvez por isso, o próprio Apóstolo Paulo disse,
“Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 7.24,25 e 8.1).
Quanto mais odiamos nosso pecado; quanto mais ficamos enjoados com nossa facilidade em pecar; tanto mais devemos correr para o trono que jorra graça (Hebreus 4.16), boquiabertos diante desta maravilhosa graça que permitiu que Jesus tomasse sobre Si a ira destinada contra mim e meu pecado. Louvado seja Deus pelo nojo do pecado e pela graça de Cristo Jesus!